Oficina virtual

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Nós somos o grupo Queima de Arquivo, estamos no 5° período do curso de Arquivologia e nossa oficina foi desenvolvida no decorrer das disciplinas Diplomática e Tipologia documental e Arquivo Permanente. Certamente você deve estar em dúvida sobre qual curso eu mencionei, mas pode deixar, eu repito, ARQUIVOLOGIA, não é Arqueologia não!!! haha. Para continuar nossa agradável conversa primeiramente devo te introduzir em alguns conceitos básicos, relaxa, você vai entender e ver na prática como é o esquema.

Primeiro alguns conceitos básicos sobre o curso 


Essa ciência se utiliza de duas disciplinas que aprofundam o estudo da estrutura do documento e seu contexto de produção. 



Com essa aula bem básica e introdutória de Arquivologia, agora pretendo te situar na nossa proposta, que é analisar um documento produzido na época da ditadura pelos militares sob a ótica da Diplomática e da Tipologia Documental e de como são utilizadas para analisar um documento e analisar sua autenticidade e veracidade.

Sobre autenticidade e veracidade: 


Agora que você já é quase um arquivista, exatamente, o nome do profissional é ARQUIVISTA, tira da cabeça a palavra arquivologista haha, vou te inteirar um pouco sobre o cineasta Glauber Rocha, o rapaz ao lado, que é a quem o documento que vou analisar faz referência.                                  
                                  
                          



Um pouco mais sobre a ditadura no Brasil  
                        

Depois dessa breve aula de história, voltamos pro documento.





Saber o trâmite do documento arquivístico é fundamental para entender a relação do documento diplomático com a função do titular arquivístico. Além de entender as relações orgânicas entre os documentos produzidos por uma entidade. 

Ele, emitido por agente da Divisão de Informações de Segurança (DIS) do 4o. Comando de Zona Aérea da Aeronáutica  (COMZAE-4). Após tramitação interna (Ministério da Aeronáutica) foi destinado ao DOPS-SP, órgão subordinado ao SNI. Ao contrário do que comumente se acredita, o Produtor Arquivístico (Entidade) não é quem emitiu o documento e sim a organização que decide arquivá-lo como prova de atividade, estabelecida por uma função atribuída a esse mesmo órgão. O Produtor também não é o DOPS, por este ser subordinado administrativamente e não possuir autonomia (financeira e decisória) em relação ao SNI, ou seja, não poderia existir um acervo do Fundo DOPS-SP.

DIS -> COMZAE-4 -> Ministério de Aeronáutica -> DOPS-SP -> SNI

                                                             

Agora que eu te expliquei o trâmite do documento o próximo passo é fazer uma análise diplomática e tipológica dele. O conceito de Diplomática e Tipologia já citado acima, vai ser colocado em prática. 
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Denominação: INFORMAÇÃO 062/DIS-COMZAE-4
Definição: Relatório produzido por ocasião do "Aniversário do Cine Clube Glauber Rocha" pelo 4o. Comando de Zona Aérea da Aeronáutica, Divisão de Informações de Segurança.

Gênero: Textual
Suporte: Papel
Formato: Folha Avulsa
Forma: Original
Fundo: SNI
Entidade Custodiadora: Arquivo Nacional

Série: "Informação" dos órgãos da repressão do Regime Militar de 1964 (SNI e DOPS).
Produtor/titular: SNI
Emissor: MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA IV ZONA AÉREA DIVISÃO DE INFORMAÇÃO
Data cronológica: 1 de fevereiro de 1974
Data tópica: São Paulo
Sinais de validação:
Assinaturas, datação, Carimbos diversos: CONFIDENCIAL - MIN. AERONÁUTICA/DIS - ARQUIVE-SE - Protocolo (nº 789)

Função administrativa: informar as "atividades subversivas" de Glauber Rocha.
Função arquivística: demonstrar o “modus operandi” dos órgãos de repressão da ditadura militar de 1964.

Elementos externos
Conteúdo externo: Textual
Linguagem: descritiva, investigativa
Sinais especiais: CONFIDENCIAL, Advertência
Selo: Carimbo da DIS e assinaturas COMZAE-4 e DOPS
Anotações: À DEL ESPECIALIZADA DE OS E SI, Protocolo no. 789  e ARQUIVE-SE.

Elementos internos
Protocolo inicial:
"Esta DIS tomou conhecimento e divulga a seguinte informação"
Origem: SNI/APA
Difusão: CECES/SP - PMESP
Difusão anterior: EMAER-INAER-COMCAR-COMGER ...
Referência: INFORMAÇÃO 52/CISA (29/01/74)

Conteúdo interno: 
Destacando-se:
"No BRASIL, o cineasta GLAUBER ROCHA é citado como o principal utilizador das técnicas de JEAN-LUC GODARD. ... mensagens subversivas, tais como: mensagens justapostas, dissociação, sobrecarga sensorial, fragmentação, corte descontínuo, etc.

A campanha difamatória engendrada no exterior, contra o nosso país ... Os fatos narrados nos referidos filmes, mesmo referindo-se a outros países, são agressões indiretas ao regime político brasileiro de Março de 1964.
... as Embaixadas brasileiras na França e Itália, alertadas pelo Itamarati, pressionaram ... com o intuíto (sic) de proibirem a projeção dos mesmos, o que não foi feito.

... está aumentando o número de seguidores de Godard ou do CINEMA POLÍTICO, buscando dilacerar os princípios éticos do povo e, mais ainda, desmoralizar os governos democráticos, promovendo a subversão e o comunismo. O filme político, através de técnicas minuciosamente estudadas, tem como fim precípuo influenciar a opinião pública, destruindo psicologicamente o espectador, GLAUBER ROCHA e seus seguidores no Brasil, querem implantar o cinema político, para com isso enganar o povo e levá-lo à agitação, à desordem política e à revolução."
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Nós "dissecamos" o documento, entendemos cada detalhe sobre ele, depois dessa você tá fera, deu um pouco de trabalho, mas ninguém disse que seria fácil, haha. Agora observe abaixo as tabelas, uma análise mais resumida do que já fizemos.


Análise diplomática
Gênero
Textual
Suporte
Papel
Formato
Folha Avulsa
Forma
Original
Emissor
MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA IV ZONA AÉREA DIVISÃO DE INFORMAÇÃO
Sinais de validação
Assinaturas, datação e carimbos diversos
Função administrativa
Informar as "atividades subversivas" de Glauber Rocha.


Análise tipológica

 Fundo
SNI
Produtor/titular
SNI
Entidade Custodiadora
Arquivo Nacional
Série
"Informação" dos órgãos da repressão do Regime Militar de 1964 (SNI e DOPS).
Função arquivística
Demonstrar o “modus operandi” dos órgãos de repressão da ditadura militar de 1964

Então, percebeu como a Arquivologia e os Arquivos têm um papel fundamental na interpretação do contexto histórico? E como, a partir da análise sistemática de documentos, com a ajuda da Diplomática e Tipologia documental, a análise esquematiza melhor ainda esse estudo.

Para se aprofundar pegue um folder nosso, nele está contido alguns conceitos básicos que vão ajudar a entender um pouco mais sobre tudo o que foi explanado aqui, e vasculhe no nosso blog, você achará muito mais sobre o fantástico mundo da Arquivologia, Diplomática e Tipologia Documental.



                                   Para saber mais sobre, veja nosso trabalho final.
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Invista um pouco do seu tempo nas oficinas dos colegas, se você prestigiar cada uma delas eu te garanto que vai gostar:

Tem interesse em fazer um intercâmbio? Saber o passo a passo, o trâmite, os documentos necessários, e a importância da Diplomática e da Tipologia documental na produção desses documentos? Entenda como clicando aqui.

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